Cães policiais

Que os cães mereceram o status de melhor amigo do homem ninguém tem dúvida, afinal, desde sempre vêm acompanhando os seres humanos nas mais incríveis tarefas e são capazes de realizar as mais maravilhosas façanhas. Seja para pastorear, mover rebanhos inteiros por quilômetros de distância, ajudar os portadores de deficiência ou mesmo ser a melhor companhia que alguém pode querer, o cão esteve sempre presente, atuando também como grande policial, para proteger e servir a população com uma dose de carisma e amor incondicional que só os peludos de quatro patas são capazes de ter.

A parceria entre cães e policiais é bastante antiga, data do século XVII, quando oficiais europeus recorriam ao apuradíssimo olfato de cães para rastrear o quer quer que fosse. Desde então, o papel exercido pelos cães se ampliou muito, mas foi só nos anos 70 que realmente foram reconhecidos como parte integral e indispensável da força policial.

Hoje eles não apenas farejam e rastreiam como também imobilizam suspeitos, servem de guarda, identificam substâncias ilícitas, como explosivos e narcóticos e até realizam buscas e resgates de pessoas em perigo. Eles acessam facilmente locais que os policiais não conseguiriam penetrar sem um grande esforço, têm uma audição magnífica e um olfato poderoso. Muitas vezes a atuação desses cães é a diferença entre prender um criminoso perigoso ou deixá-lo escapar e continuar sua ameaça à sociedade.

Os cães são cruciais e os policiais sabem disso, por essa razão o treinamento dos peludos é sempre cheio de amor e, após 6 anos de atividade, quando os animais se aposentam, a grande maioria vai para a casa do parceiro ao invés que continuar no canil da polícia.

  1. Como e o treinamento dos cães policiais??

O processo começa quando o filhote faz quatro meses de idade. Nesse período inicial, que dura cerca de oito semanas, o animal limita-se a brincar e a conviver com o policial que será seu parceiro constante. Assim, acostuma-se a identificar o dono pelo cheiro e a comunicar-se com ele. Do sexto ao décimo-quinto mês, o cão passa pelo adestramento propriamente dito, que segue duas ações básicas. A primeira é a repetição de palavras curtas – ordens como “senta!” – até o animal aprender a reconhecê-las. A segunda é uma recompensa, como um biscoito ou um brinquedo, dada quando esses comandos são obedecidos. Na fase mais avançada, o bicho aprende a atacar uma pessoa, prendendo-a com os dentes até o policial mandar soltá-la – além de ser instruído a subir e descer escadas, saltar de lugares altos e habituar-se ao barulho de tiros.

  2. Quais as  raças mais indicadas para ser um cão policial?

Com certeza, você já teve a oportunidade de ver um cão policial, e invariavelmente logo associamos esse trabalho aos cães que são reconhecidamente exímios cães de guarda, como o Pastor Alemão. Mas engana-se quem acredita que apenas essas raças são grandes policiais.

A realidade é que as raças treinadas para exercer o papel de policial canino são as mais diversas, isso porque cada uma tem seu ponto forte e contribui de maneira diferente para cada operação. Por isso, não estranhe ao ver um Beagle, um Schnauzer ou até um Basset fardado.
Cães grandes e fortes, como os Pastores Alemães, são mais requisitados quando o assunto é por ordem na bagunça ou até capturar um suspeito, isso porque seu porte impõe o devido respeito além de propiciar força e explosão quando é necessário correr em busca de algum fugitivo. Esses são os chamados "cães de aplicação da ordem pública".
O trabalho desses cães é manter a ordem em grandes aglomerações, perseguir suspeitos em fuga e deter qualquer indivíduo que o oficial julgue suspeito. Pode-se dizer que eles são os símbolo dos cães policiais, pois habitam o imaginário popular exercendo exatamente essa função.

Os cães mais comuns para a aplicação da ordem são:

• Akita Inu;
• Pit Bull;
• American Staffordshire Terrier;
• Dogo argentino;
• Malinois –muito parecido com o Pastor Alemão, raça com a qual é muito confundida;
• Boxer;
• Fila brasileiro;
• Cane Corso;
• Doberman;
• Pastor Alemão;
• Pastor Belga;
• Rottweiler;
• Schnauzer – todos os tamanhos, com exceção do míni.

Outra função largamente delegada aos peludos é a detecção de substâncias ilícitas, sejam drogas, armas e até explosivos. Os cães têm um olfato 50 vezes mais apurado que o dos humanos e são capazes de identificar não apenas as substâncias ilícitas como também serem bastante específicos sobre qual é a substância em questão. É comum vê-los atuando em aeroportos, mas esses cãezinhos também são corajosos e vão a campo sempre que é necessário cobrir uma área e achar o material escondido.

Os cães mais indicados para a detecção de substâncias ilícitas são:

• Boiadeiro Australiano - Australian Cattle Dog;
• Beagle;
• Malinois;
• Basset Hound;
• Cocker Spaniel;
• Pastor Alemão;
• Labrador Retriever;
• Golden Retriever;
• Schnauzer (todos os tamanhos);
• Weimaraner.

Além de perseguirem bandidos e identificarem substâncias ilícitas os cães policiais também rastreiam pessoas desaparecidas, suspeitos, outros animais e objetos que podem ser provas cruciais em um caso. Além das raças rastreadoras, existem as raças que são treinadas exclusivamente para a localização de cadáveres. 

Os cães farejadores e localizadores mais utilizados pela polícia são:

• Boiadeiro Australiano – Australian Cattle Dog;
• Hounds;
• Pastor Alemão;
• Labrador Retriever;
• Golden Retriever.

Os cães especificamente treinados para detectar o odor de corpos em decomposição, a fim de encontrar os cadáveres e restos humanos são escolhidos por terem um olfato tão sensível que são capazes de sentir o cheiro de um corpo em água corrente. 

Essas raças são:

• Beagle;
• Hounds;
• Labrador Retriever;
• Golden Retriever;
• Pastor Alemão;
• Mallinois Belga.

   
  3. A hora da ação

O treinamento do cão policial não termina nunca, nem mesmo quando ele já está em atividade. Geralmente, antes de ser reconhecido como um oficial de verdade, ele passa por um período de teste, para ver como reage e se comporta nas situações para as quais foi treinado.
Todos os dias, depois do café da manhã, os cães em atividade recebem treinamento, que, para eles, é a brincadeira. Durante 3 horas, então, fazem uma pequena refeição, bem leve, e vão para a rua, onde trabalham por oito horas. Depois disso, é o momento de voltar para o canil, jantar e descansar.
Os cães não são alimentados durante o expediente em campo pelo risco de torção gástrica, afinal, nunca se sabe quando será necessário correr e imobilizar um suspeito, e fazer isso de estômago cheio pode representar lentidão, o risco de perder o indivíduo de vista, além de uma congestão, que pode matar o animal.
Na estreia do cãozinho, seja ela em um aeroporto ou outro local contendo multidões, todo seu treinamento é posto à prova. Os cães Policiais devem ser capazes de responder a comandos rapidamente e sem nenhum tipo de hesitação. Devem ter sua ansiedade controlada para que saibam lidar com multidões de uma maneira calma e nunca demonstrar agressividade, nem sob pressão.
O mesmo cão que está na linha de frente e perseguirá um bandido deve poder ser acariciado por uma criança e entender que seu papel é responder aos comandos de seu parceiro. Isso porque, nas horas de folga, a maioria dos cãezinhos participa de projetos sociais apoiados pela polícia, que visam justamente a aproximação de comunidades com a força policial.
Esses cães, muitas vezes, estão com coletes à prova de balas, que são muito pesados, por isso devem ser fortes e muito resistentes, para serem capazes de trabalhar por horas e correr com um peso muito grande sem se cansar.
Infelizmente, nem toda operação é bem sucedida, e alguns cãezinhos se ferem ou até acabam mortos. Nos casos de ferimento, se não for altamente incapacitante, o cãozinho recebe os cuidados e retorna a sua rotina, do contrário, recebe sua aposentadoria adiantada. Quando são mortos em ação, os cãezinhos recebem as devidas honras e são cremados ou enterrados como os heróis que são.

Você pode não ter um cão policial mas seu amigo também pode ser um herói. Confira aqui alguns animais que são verdadeiros heróis.